“Os homens mais ricos são aqueles que possuem amigos mais poderosos”. Diz Don Corleone (Michael), chamando a atenção do Consiglieri da família (Tom Hagen) em O Poderoso Chefão. Gosto do filme; é um dos maiores clássicos do cinema de todos os tempos.
Don Corleone, nessa cena atemporal, dá uma verdadeira aula sobre a importância de se ter amigos influentes, que podem ser uma mão na roda na hora de conseguir um novo emprego, uma promoção, conquistar um projeto, um novo amor e até mesmo se proteger contra aqueles que “pelas costas”queiram tirar tudo isso de você.
E falando em trabalho, que é o ponto central do texto, mas não só isso. Acho bem interessante as respostas dadas por amigos quando pergunto: você trabalha com o que?!
Eles dizem:
— Eu trabalho para a Google (usei Google como exemplo. Pode ser qualquer outra empresa).
No momento dessa resposta o que está na cabeça de quem responde é uma organização inanimada e sem rosto. Mas a resposta me leva a outra pergunta:
— Quem de fato é a Google?
E aí os caras caem em si e pensam melhor. E o que vem em suas mentes é: o chefe, o cara do comercial, o gerente de produção, a garota do recursos humanos, o CEO, o carinha do TI, o dono da empresa e outros tantos personagens do seu mundo corporativo.
Isso porque empresas são feitas de pessoas.
Até aqui tudo bem, nenhuma novidade; você já sabia disso e o gênio aqui está tentando ser o profeta do óbvio. Mas calma. O lugar onde quero chegar pode ser também óbvio, mas nem todo mundo tá sabendo se comportar da maneira correta.
Você já deve ter notado que as empresas estão cada vez mais enxutas não é mesmo?!. E esse fenômeno tende a “piorar”. A ideia é cada vez mais terceirizar as áreas periféricas e se concentrar nas áreas core: aquelas que representam a razão de ser da companhia. Deixando assuntos específicos com quem é mesmo bom naquilo e só faz aquilo…
Neste sentido, departamentos como: cozinha (refeitório), limpeza, segurança, recepção, portaria, contabilidade, assistência jurídica, medicina, SESMT, engenharia, transporte, logística, departamento pessoal e outros, estão sendo terceirizados.
E as implicações de todo esse movimento são diversas, mas a principal e que diz respeito direto a você e eu, é a diminuição dos cargos e aumento da concorrência pra trabalhar diretamente com as gigantes. Que claro; pagam melhores salários, tem melhores benefícios e maior possibilidade de encarreiramento que empresas terceiras.
Mas, engana-se quem acha que só a terceirização tem feito as empresas enxugarem seu quadro de pessoas. Não. Com a “comoditização” de produtos e serviços, fazer mais com menos tornou-se questão de sobrevivência. Antigamente os departamentos eram inflados tendo uma pessoa por função, mas o que temos visto hoje é uma pressão também por demissões e aumento do escopo.
O que você deve fazer pra não ser o próximo alvo?
Tornar-se relevante, é claro.
Diante dessa resposta que parece ser mais uma obviedade, há outro fator importante: apesar de todo esse enxugamento, por outro lado, o que se vê são empresas com extrema dificuldade de conseguir preencher vagas específicas. Falta no mercado, profissionais com habilidades que são mandatórias para arrebentar no mundo moderno.
Quais são elas?
Outro dia escrevi sobre sete delas em “07 habilidade que valem mais que 70 diplomas“. Te aconselho a ler. O artigo ficou “profético”. A habilidade que prometi no título deste presente artigo, não está explicitamente listada lá, mas está nas entrelinhas.
Aqui, sem muito arrodeio, vou logo a habilidade que acredito ser a mais importante e essencial pra ser alguém mais relevante e ter sucesso no mundo atual.
Cara; mina; leia até o final, prometo satisfação garantido ou…. Dinheiro de volta não tem, até porque tu tá lendo na faixa, mas se não receber nenhum insight, pode soltar os cachorros nos comentários…
Tem uma brincadeira que um professor fazia na época de faculdade que eu achava interessante. E naquele momento não concordava muito (atente-se ao tempo do verbo concordar). Dizia ele:
“O mais importante não é saber, mas ter o telefone de quem sabe“.
A metáfora, se é que eu posso chamar assim, nunca foi tão verdadeira. Para o tempo presente, eu só a atualizaria um pouquinho:
“O mais importante não é saber, mas ter o telefone de quem sabe ou internet pra consultar a rede“.
No mundo contemporâneo e tecnológico; as máquinas, os algoritmos, os robôs; já fazem cálculos, processam documentos, interpretam Leis e dão diagnósticos melhor que nós humanos.
Saber não significa mais muita coisa (digo isso com cautela), pois todo (ou 99%) o conhecimento já está no Youtube, no Google ou nos livros; que também já estão na rede.
Surgiu qualquer dúvida?
Me dê alguns minutos e com meu mega Power smartphone acesso a info e te digo a resposta ou como realizar a tarefa.
Logo, seria contraproducente dizer que basta conhecimento, trabalho duro e dedicação pra ser promovido ou bem-sucedido na carreira. Claro que tudo isso é muuuito importante, mas se você não souber se relacionar, fazer boa política e convencer as pessoas; esquece sucesso.
Que comece o apedrejamento.
Avá. Quer me dizer que não quis jogar nenhuma pedrinha quando leu que: “não basta conhecimento, trabalho duro e dedicação pra ser promovido“?
Deixa eu explicar de novo, mesmo estando no texto. Afinal, o Don Corleone dizia: “Mantenha os amigos perto e os inimigos mais perto ainda!”
Eu disse que: “não basta e não deixa de ser importante”. Lembra?
Tô reforçando porque tem uma galera adepta da leitura dinâmica que acaba dinamitando o texto. E do mesmo lado, mas em outra vertente, existe um exército de pessoas que dizem: eu faço o meu, não puxo saco de ninguém e se quiser me promover, bem, se não quiser, amém.
Não, não. A ideia de saber se relacionar, fazer boa política e convencer as pessoas, nada tem a ver com puxar saco. Apesar de achar interessante o ditado popular milenar que diz: “É melhor puxar saco do que puxar carroça”. Mas já adianto que não concordo com ele tá. Pelo menos não muito.
Deixa eu explicar os três conceitos:
Se relacionar bem está ligado ao seu comportamento e capacidade de trabalhar em grupo, respeitando pessoas e ajudando o grupo a conquistar objetivos que são de todos (e também individuais, afinal, é dando que se recebe).
Fazer boa política tem está ligado a arte da boa convivência. Não misture as coisas. Política é uma ciência, é arte, é o meio de se fazer o bem comum, de cuidar, de promover a felicidade humana, de preservar o planeta ou o meio que se vive.
E convencer as pessoas temos essa missão desde que nascemos. Aquilo que queremos e precisamos para sermos completos e felizes está ligado ao nosso poder de convencimento: convencer o irmão a nos dar o brinquedo ou o controle da televisão. O amigo a nos escolher pra brincadeira. A namorada ou o namorado a namorar conosco. O entrevistador para nos contratar e por aí vai.
Aliás, escrevi um texto muito legal sobre: “07 gatilhos mentais para te ajudar a conseguir mais sins apenas melhorando seus argumentos“. Quer aprender a convencer as pessoas, mas sem engana-las? Leia o texto.
Com empresas mais enxutas estamos também diante de egos mais inflados, cargos mais concorridos; pessoas excelentes disputando as melhores posições. Se quer um lugar ao sol, precisará mostra seu valor, apresentar repertório, construir reputação e entregar resultado.
Para aprovar um projeto, caminhar com uma boa ideia ou mudar um processo, as regras mais importantes deveriam ser:
Mas na prática não é bem assim. Ter boas ideias e vontade de executá-la não garante a você a autorização pra fazer nada. Lembre-se que sua empresa não é inanimada. Seu chefe, o par de seu chefe, seu par, o CEO ou as áreas impactadas são a personificação da empresa.
Transitar bem entre as áreas é vital. Encontrar apoio da área a ser impactada, da galera do financeiro, do time comercial e outras áreas core. Apresentando antes o projeto para pares de seu chefe ou pessoas com maior influência que a sua, buscando encontrar apoio e “padrinhos”, não só para a ideia/projeto, mas também para você mesmo; aumentará as chances de sucesso e aprovação em mais de 100%.
Pois, se quiseres mesmo a licença pra tocar o seu baita projeto ou ser considerado para uma nova posição, terá antes que convencer quem manda sobre duas coisas:
Por mais românticos que sejamos, vamos pensar o jogo com lucidez: sem o apoio necessário, mesmo seu projeto sendo mesmo muito f#d@; não deixando dúvidas sobre os benefícios, ele ainda pode ser recusado por você não ter as “credenciais” para continuá-lo.
E o pior pra você, mas não necessariamente para o negócio: depois sua ideia pode ganhar nova roupagem, afinal, era das galáxias, e, outro cara que se relaciona melhor, faz boa política e tem poder de convencimento, ganha o direito de tocá-lo.
Injustiça?
Outra lição que você deve aprender: a vida não é, nunca foi e nunca será justa. “Dói mais ter algo e perdê-lo do que nunca tê-lo”. Don Corleone.
Seja alguém inteligente, estratégico, excelente, focado, honesto, com poder de síntese, justo, mas acima de tudo: um bom influenciador de pessoas para ter uma vida de sucesso e muito mais feliz!
Uma última coisa: se achar que não precisa aprender a ser um influenciador, tudo bem. Mas quando o sucesso esperado não chegar:
“Só não me diga que você é inocente, isso insulta minha inteligência e ainda me deixa muito zangado”. Don Corleone.
Até a próxima!
Achiles Rodrigues